Archives 69 EDP - Etat Libre d'Orange

Arquivo 69 da Etat Libre d'Orange, a essência mais ousada e sedutora da casa parisiense

Família Olfactiva: Oriental picante

Notas de topo: Tangerina suculenta, Baies Roses Pure Jungle Essence™, folhas de pimento vermelho

Notas de coração: acorde de orquídea baunilha, Pruneau Neo Jungle Essence™, incenso

Notas de base: cânfora, patchuli terroso, almíscares sensuais

Perfumista: Christine Nagel

Ano de lançamento: 2011

Archives 69 não é simplesmente uma fragrância: é uma declaração de intenções, uma provocação refinada e uma fantasia olfativa concebida para subverter a lógica e acender os sentidos. Escondido no seu nome está um endereço lendário: 69 rue des Archives, o coração pulsante do Etat Libre d’Orange, onde tudo começou. Mas também um aceno travesso à liberdade mais carnal, ao hedonismo sem culpa e à transgressão elevada à arte.

Desde o primeiro momento, Archives 69 impressiona com uma abertura brilhante e picante. A tangerina proporciona um flash luminoso, como um raio de sol que se filtra através de cortinas de veludo. Mas a inocente brincadeira é rapidamente dissipada pela picada picante das sofisticadas, vibrantes e quase narcóticas rosas da Pure Jungle Essence™. As folhas de pimenta vermelha acrescentam um tom verde pungente e perturbador que inflama a pele como um sussurro proibido.

O coração desta fragrância é voluptuoso, inesperado e quase hipnótico. O acorde de baunilha e orquídea revela o seu carácter floral e cremoso com uma elegância quase erótica, envolvendo a pele como um abraço à meia-noite. O moderno e viciante Neo Jungle Essence™ pruneau acrescenta uma textura frutada madura, como um elixir escuro e aveludado. O incenso eleva a composição com a sua auréola mística, criando um equilíbrio entre o carnal e o espiritual, entre a carne e o templo.

Quando o Ficheiro 69 finalmente se acomoda no seu plano de fundo, torna-se uma canção de sombras e luzes. A cânfora, numa dose precisa, proporciona frescura e um pulso quase medicinal, evocando um despertar sensorial inesperado. O patchuli profundo e terroso ancora a fragrância com uma firmeza voluptuosa. E os almíscares sensuais misturam-se com a pele, deixando um rasto íntimo, animal e inequivocamente humano.

Este perfume não procura agradar a todos. Ela procura provocar, estimular, desencadear. É um manifesto libertino em forma de néctar, um convite aberto para explorar sem julgamentos ou regras. Archives 69 é o perfume de quem não tem medo do desejo, de quem faz do risco uma forma de beleza.

Etat Libre d’Orange recorda-nos, mais uma vez, que o perfume pode ser literatura, poesia, teatro. E Archives 69 é o seu ato mais provocador, a sua cena mais incendiária. Nela ressoam as palavras de Boris Vian e Henri Pichette, lembrando-nos que o corpo é também um templo e que a sedução pode ser uma arte elevada ao nível da alma.

Ideal tanto para noites sem bússola como para dias em que pretende retomar o controlo do itinerário. Ficheiros 69 é uma assinatura invisível que grita silenciosamente por liberdade. Um perfume de pele, de dobras, de segredos partilhados.

Não é para todos, nem afirma ser. É para si, que sabe que o desejo não precisa de permissão.